Como a TV Globo prefere ceder seus noticiários para servir de porta-voz de gente como Marcos Valério e Rubnei Quicoli, somos nós da blogosfera que temos que divulgar os vídeos produzidos pela mídia alternativa, como esta matéria da TVT com o discurso do presidente Lula na posse de Rafael Marques como presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, na quarta-feira.
A velha imprensa só repercutiu o final, onde Lula fala "Só existe uma possibilidade de me derrotarem: trabalhar mais do que eu. Se ficar um vagabundo numa sala com ar condicionado falando mal de mim, vai perder". Mas a fala de Lula foi muito além disso, mostrando o que está em jogo: as conquistas sociais desde 2003, as riquezas do Brasil para prosperidade de TODOS os brasileiros, a melhor distribuição de renda, coisa que muita gente demotucana ligada aos banqueiros não se conforma até hoje.
Por Zé Augusto do Blog "Os Amigos do Presidente Lula"
... Horrível seria ter ficado ao lado dos que nos venceram nessas batalhas
( Darcy Ribeiro )
Bancada pró-Cachoeira. "Vitória" na CPI ao melar o relatório.
Derrotar o povo para proteger Cachoeira, Demóstenes e Perillo é vitória?
A Globo esconde (a Veja nem se fala, está soltando fogos exultante com o fim da CPI do parceiro Cachoeira), mas aqui a gente dá nome aos bois.
A bancada dos 18 do Cachoeira que votou contra o relatório do Odair Cunha (PT/MG) para proteger o bicheiro, e fazer pizza:
SENADORES:
Alvaro Dias (PSDB-PR)
Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)
Jayme Campos (DEM-MT)
Sérgio Petecão (PSD-AC)
Sérgio Souza (PMDB-PR)
Ciro Nogueira (PP-PI)
Ivo Cassol (PP-RO)
Antonio Carlos Rodrigues (PR-SP)
Marco Antonio Costa (PSD-TO)
DEPUTADOS
Carlos Sampaio (PSDB-SP)
Domingos Sávio (PSDB-MG)
Luiz Pitiman (PMDB-DF)
Gladson Cameli (PP-AC)
Maurício Quintela Lessa (PR-AL)
Sílvio Costa (PTB-PE)
Filipe Pereira (PSC-RJ)
Armando Vergílio (PSD-GO)
César Halum (PSD-TO)
A bancada dos 16 senadores e deputados que votaram contra o bicheiro, contra a corrupção e a favor do povo:
SENADORES
Jorge Viana (PT-AC)
Lídice da Mata (PSB-BA)
Pedro Taques (PDT-MT) *
Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM)
Aníbal Diniz (PT-AC)
João Costa (PPL-TO)
Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) *
Luiz Inácio Lula da Silva não é um santo. Tampouco é um demônio. É só um homem como eu ou você. Mortal. Falível. Imperfeito. E assim, como qualquer ser humano, atravessa a vida lutando contra o lado obscuro da alma – infestado por ódio, cobiça, medo, rancor, ciúme e tantos outros sentimentos vis.
Todavia, um homem é o que faz de si. Escolhemos o que seremos e nos tornamos prisioneiros ou detentores dessa escolha. Lula decidiu ser detentor de suas escolhas de vida. E quando nossas escolhas nos permitem realizar obras, colhemos os frutos. E quem os dá a nós são os outros, de uma forma ou de outra.
Um comerciante bem sucedido é conhecido por honrar dívidas, praticar preço justo e oferecer produto que valha o preço que cobra. Um bom médico atrai a confiança e o respeito de pacientes e da comunidade científica. Com um político não é diferente.
Lula entregou o que prometeu. Quando chegou ao poder, o Brasil era muito pior do que é hoje. Poucos cometeriam o desatino de negá-lo. O máximo que conseguem é atribuir os êxitos da era Lula a outro que não ao próprio, ainda que os fracassos lhe sejam integralmente atribuídos.
Mas um homem que opta por trilhar o caminho do bom comerciante ou do bom médico, que é também o do bom político, vai deixando amigos, respeito e afeição pelo caminho. É o caso de Lula.
Há dois ou três dias, nas primeiras páginas de todos os jornais estava sendo tratado como criminoso condenado. Reapareceu na França, sorridente, sendo homenageado por toda a Europa, discutindo questões globais de igual para igual com líderes das maiores potências.
Ao mesmo tempo, levantou-se, na sociedade, um clamor de protesto contra a forma como está sendo tratado um homem que, diante do mundo, conserva a dimensão de um estadista, sendo alvo dos ataques apenas de políticos fracassados e empresários de mídia amigos deles.
Até o carrasco de correligionários de Lula, o ministro Joaquim Barbosa, declarou seu respeito por ele. Entre o povo brasileiro, Lula ainda é o mesmo que deixou o Palácio do Planalto em seus braços em 1º de janeiro de 2011, aos oitenta por cento de aprovação.
Mas até isso seus inimigos negam. Colunistas da grande mídia falam sobre a desmoralização que estaria sofrendo ao ser acusado por um criminoso condenado em um processo em que até tentaram envolvê-lo, mas que já termina sem que nada tenha sido apurado contra si.
Assim, inimigos assumidos e enrustidos querem outro processo contra Lula. E, imprudentemente confiantes, reconhecem – em colunas, editoriais e até em reportagens – que a finalidade é impedir que ele chegue a 2014 em condições de disputar qualquer cargo ou de influir em favor de qualquer candidato.
Se pesquisas que a direita midiática fará mais adiante apontarem qualquer êxito do massacre acusatório – o que ela espera que aconteça assim que a marionete que comanda a Procuradoria Geral da República cumprir seu script e acusar Lula –, aí será a vez de Dilma.
Contudo, só o que se enxerga, até aqui, é que o conjunto de forças que está se erguendo em favor do ex-presidente comprova como é sábio a gente semear o bem, a verdade e a justiça.
Em algum momento da vida todos precisaremos de solidariedade. Ninguém consegue receber tanta solidariedade quanto Lula está recebendo se for um canalha. E quando um canalha se enfraquece, todos lhe viram as costas. A dimensão de Lula foi ele quem construiu, e agora a estamos vendo. E aprendendo.
Em entrevista coletiva a Presidenta Dilma repudiou ataques ao presidente Lula.
O presidente da França também elogiou Lula:
Se alguém tinha alguma dúvida da lealdade da Presidenta Dilma para com o Ex-Presidente Lula o Merci Monsieur depois do elogio do Presidente Francês ao Lula dissipou qualquer dúvida.
A Presidenta Dilma Rousseff é uma mulher vencedora e estar ao seu lado em qualquer batalha é garantia quase que absoluta de vitória.
Como Lula também é um vencedor não dá pra vislumbrar um futuro promissor para a oposição e mídia brasileiras.
Atacar o ministro da Fazenda já é quase um esporte nacional. Mas os números mostram que o ciclo conduzido pelo genovês Guido Mantega na economia brasileira é o mais bem-sucedido de todos os tempos. Com ele, o Brasil cresceu a uma média superior a 4% ao ano, acumulou reservas, reduziu a dívida pública e manteve a inflação controlada. Será que deveríamos ter saudades dos tempos de Delfim Netto, Maílson da Nóbrega, Pedro Malan ou mesmo Antonio Palocci?
247 - Em abril de 2006, o genovês Guido Mantega assumiu a economia brasileira numa situação delicadíssima. Envolvido do escândalo do caso Francenildo, Antonio Palocci saía do governo e comentava-se, nos meios políticos, que a economia brasileira afundaria. O ex-ministro Delfim Netto dizia que Palocci era o "pau do circo". Sem ele, cairia a lona.
Mantega, embora tivesse sido consultor econômico do PT e do presidente Lula por duas décadas, era visto com desconfiança pelo mercado financeiro e pelo setor industrial. Naquele mês de abril de 2006, a taxa de desemprego era de 10,4% e o presidente Lula ainda não havia entregue seu prometido "espetáculo do crescimento".
Seja por sorte, competência ou uma mistura dos dois fatores, o fato concreto é que os seis anos e meio em que a economia esteve sob a guarda de Mantega foram o período de maior prosperidade de toda a história brasileira. Com ele, a economia cresceu a uma média de 4,2% – menos do que os 7,5% do "milagre" de Delfim Netto, mas com vários diferenciais positivos.
Na década de 70, dizia-se que era preciso fazer o bolo crescer para depois distribuir. No ciclo recente, houve crescimento com redução das desigualdades, o que fez com que o Boston Consulting Group (BCG) colocasse o Brasil como o país que mais gerou bem-estar para a população nos últimos anos. Segundo o BCG, o ganho de bem-estar foi comparável ao de uma economia que crescesse 13% ao ano.
Há, portanto, uma diferença básica entre a "crise" atual e as que foram enfrentadas no passado. "Se há uma crise, a sensação térmica é de crescimento", disso o ministro Mantega ao 247 na última segunda-feira, quando o ministro foi homenageado pela revista Istoé como o "Brasileiro do Ano".
A temperatura atual, de fato, é de crescimento. Com uma taxa de desocupação de 5,3% em outubro (praticamente a metade dos 10,4% de quando Mantega assumiu), o Brasil vive uma situação de quase pleno emprego. Além disso, mesmo os críticos de Mantega reconhecem que a massa salarial continua crescendo, o que permite prever um Natal de consumo em alta.
Pode-se dizer que Mantega enfrentou uma maré internacional favorável, ao contrário de seus antecessores. Será mesmo? Em 2008, a crise financeira internacional eclodiu nos Estados Unidos, coração do capitalismo. Hoje, há países da Europa, como a Espanha, com desemprego de 25%, oferecendo incentivos para que brasileiros comprem imóveis, ganhem vistos e ajudem a tirar o país do buraco.
Independente de tudo isso, atacar o ministro Guido Mantega é hoje o grande esporte nacional (leia mais aqui). O que começou como provocação da revista inglesa The Economist ganhou os editoriais dos principais jornais e revistas brasileiras. Mantega tem sido criticado porque, entre outras razões, fez previsões otimistas demais. Falava num crescimento de 4%, que terminará abaixo de 2% em 2012. Ocorre que a China, que cresceria 11%, já desacelera seu ritmo para 7% ou até menos. E isso, numa economia globalizada, tem consequências imediatas para um país como o Brasil.
Os que hoje o criticam parecem saudosos de um tempo que não merece ser lembrado necessariamente com nostalgia. Na era Delfim, o Brasil cresceu, mas a dívida explodiu e o Brasil terminou em moratória. Com Maílson da Nóbrega, hoje colunista de Veja, a inflação rodava a 80% ao mês. Com Pedro Malan, os juros foram os mais altos de todos os tempos, a economia ficou estagnada e o Brasil foi três vezes ao FMI. E mesmo com Antônio Palocci, primeiro ministro do governo Lula, os resultados custaram a aparecer. Talvez porque Palocci se preocupasse demais com a confiança do mercado financeiro.
Guido Mantega pode não ser sucesso de crítica. Mas é sucesso de público. Os números da economia explicam boa parte da popularidade de Lula e Dilma.
Ontem (3), o ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, afirmou publicamente que “A corrupção não está mais debaixo do tapete” e que, “Hoje, há mais autonomia dos órgãos de fiscalização e controle como o Ministério Público, a Controladoria Geral da União (CGU) e a Polícia Federal”.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, de pronto, rebateu a afirmação de Carvalho. À noite, no Jornal Nacional, a reportagem mostrou parte das declarações do ministro e do ex-presidente sobre o assunto. FHC, visivelmente alterado, qualificou como “leviandade” a declaração do adversário político.
Vejamos, pois, quanto de motivos teve o ex-presidente para se irritar assim com a declaração do ministro de Dilma.
FHC, quando governou, foi beneficiário da cumplicidade da mídia, que ajudou a acobertar descaradamente a corrupção ao sonegar ao público notícias sobre escândalos que dispensariam o bom e velho “domínio do fato” devido à vastidão de provas que havia.
Nesse ponto, há que fazer jus ao jornal Folha de São Paulo, o único grande veículo que denunciou adequadamente a compra de votos para a reeleição de FHC, quando deputados da base aliada de seu governo foram grampeados declarando, ipsis-litteris, que haviam sido pagos pelo então ministro (hoje falecido) das Comunicações, Sérgio Motta, para votarem a favor da emenda constitucional que permitiu ao tucano obter um segundo mandato em 1998.
Além de FHC ter mudado as regras de jogo com ele em andamento ao propor ao Congresso a emenda da reeleição – o que Lula não se permitiu fazer apesar de ser tratado pela mídia tucana como se tivesse tentado e não conseguido –, ainda teve uma denúncia muito bem fundamentada, com provas materiais, de que deputados foram pagos para apoiá-lo.
Além da Folha de São Paulo, nenhum veículo de peso deu destaque ao escândalo. E o procurador-geral da República de então, que o presidente tucano manteve no cargo por oito anos – Lula, nesse período, nomeou QUATRO procuradores-gerais –, não esboçou a menor reação.
Observação: essa foi a principal razão de o ex-PGR Geraldo Brindeiro ter sido alcunhado como “engavetador-geral da República”.
Controladoria Geral da União? No governo FHC chamava-se Corregedoria, em vez de Controladoria, e jamais incomodou o governo, enquanto que a CGU de Lula e Dilma tem sido uma pedra no sapato deles, pedra colocada por eles mesmos no âmbito do esforço hercúleo que fizeram para dar transparência ao que o antecessor tucano escondia.
Polícia Federal? Essa só serviu mesmo para ajudar o governo, ou melhor, o candidato do governo FHC à própria sucessão. Ou alguém esqueceu que a PF só incomodou políticos da oposição durante a era tucana e que seu maior feito foi em 2002, quando destruiu a candidatura de Roseana Sarney para ajudar o candidato governista, José Serra?
FHC esbofeteou a nação ao comparar a omissão criminosa dos órgãos de controle de seu governo (no que tangia a investigá-lo) com a atuação deles hoje. E esse crime foi cometido com o concurso de praticamente toda a grande imprensa, que não só fechou os olhos para a corrupção da era tucana como levantou escândalos só contra a oposição petista.
E se você, leitor, acha que exagero, assista, abaixo, vídeo (completo) de entrevista que o dito “decano do colunismo político brasileiro”, Janio de Freitas, da Folha de São Paulo, concedeu ao programa Roda Viva. Na ocasião, como se pode ver no vídeo, afirmou que a mídia funcionou como “suporte político” do governo FHC.
Dediquei minha vida ao Brasil, à luta pela democracia e ao PT. Na ditadura, quando nos opusemos colocando em risco a própria vida, fui preso e condenado. Banido do país, tive minha nacionalidade cassada, mas continuei lutando e voltei ao país clandestinamente para manter nossa luta. Reconquistada a democracia, nunca fui investigado ou processado. Entrei e saí do governo sem patrimônio. Nunca pratiquei nenhum ato ilícito ou ilegal como dirigente do PT, parlamentar ou ministro de Estado. Fui cassado pela Câmara dos Deputados e, agora, condenado pelo Supremo Tribunal Federal sem provas porque sou inocente.
A pena de 10 anos e 10 meses que a suprema corte me impôs só agrava a infâmia e a ignomínia de todo esse processo, que recorreu a recursos jurídicos que violam abertamente nossa Constituição e o Estado Democrático de Direito, como a teoria do domínio do fato, a condenação sem ato de ofício, o desprezo à presunção de inocência e o abandono de jurisprudência que beneficia os réus.
Um julgamento realizado sob a pressão da mídia e marcado para coincidir com o período eleitoral na vã esperança de derrotar o PT e seus candidatos. Um julgamento que ainda não acabou. Não só porque temos o direito aos recursos previstos na legislação, mas também porque temos o direito sagrado de provar nossa inocência.
Não me calarei e não me conformo com a injusta sentença que me foi imposta. Vou lutar mesmo cumprindo pena. Devo isso a todos os que acreditaram e ao meu lado lutaram nos últimos 45 anos, me apoiaram e foram solidários nesses últimos duros anos na certeza de minha inocência e na comunhão dos mesmos ideais e sonhos.
Do grande magistrado se espera a sabedoria, não a erudição desenfreada e vazia dos que cultivam citações fora do contexto. Espera-se a simplicidade, não a empáfia dos pobres de espírito. Espera-se a responsabilidade dos que sabem estar tratando com o destino de pessoas; não a insensibilidade dos indiferentes ou o orgasmo dos carrascos.
O grande magistrado faz-se ao longo de sua história, e não através de um grande momento, da bala de prata, do discurso rebuscado e irresponsável que acomete os vaidosos quando expostos aos holofotes da mídia. Espera-se a coragem verdadeira, dos que enfrentam até os ataques ao caráter sem abrir mão de suas convicções ; e não a coragem enganadora dos berros, dos gritos de quem quer se fazer notar pelo escândalo.
A coragem do grande magistrado se manifesta quando exposto ao clamor da turba, quando não perde a calma ao enfrentar o populacho; e não quando cede ao jogo de cena que fabrica linchamentos e compromete a isenção.
O Ministro Ricardo Lewandowski fala alemão desde criança, filho de suiços que é. Jamais alguém assistiu embates ridículos de erudição, como esse desafio vazio de Spy x Spy, Barbosa x Gilmar, para saber quem domina mais o alemão. Não pretende chocar, como Marco Aurélio de Mello, mas tem a coragem de investir contra a maioria, apenas para seguir sua consciência.
Com seu ar de lente, está longe da esperteza de praia de Luiz Fux, do ar melífluo de Ayres Britto, da falsa solenidade de Celso de Mello ou do ar de presidente de Diretório Acadêmico de Toffoli.
O Ministro aplicou penas severas, sim, tão severas quanto as de qualquer juiz não afetado pelas pressões externas da turba. Mas não cedeu um milímetro em suas convicções. Nem quando foi cercado pelos colegas, ao tentar demonstrar o erro de interpretação na teoria do domínio do fato.
Se um dia esse Supremo for dignificado, será pelo Ministro simples, cordato, sensível que tentou trazer a noção de humanidade e de justiça a um grupo embrigado pelas luzes de neon da cobertura jornalística.
Em tempo, o Min. Lewandowski já tinha advertido o Plenário, durante a condenação de Dirceu, que havia distorção indevida do pensamento de Roxin. Agora, como se vê, o próprio desautorizou o Supremo
Da Folha
Participação no comando de esquema tem de ser provada
Um dos responsáveis por teoria citada no julgamento do STF, jurista alemão diz que juiz não deve ceder a clamor popular
Daniel Marenco/Folhapress
Claus Roxin, que esteve há duas semanas em seminário de direito penal do Rio
Da Folha
Insatisfeito com a jurisprudência alemã -que até meados dos anos 1960 via como participante, e não como autor de um crime, aquele que ocupando posição de comando dava a ordem para a execução de um delito-, o jurista alemão Claus Roxin, 81, decidiu estudar o tema.
Aprimorou a teoria do domínio do fato, segundo a qual autor não é só quem executa o crime, mas quem tem o poder de decidir sua realização e faz o planejamento estratégico para que ele aconteça.
Roxin diz que essa decisão precisa ser provada, não basta que haja indícios de que ela possa ter ocorrido.
Nas últimas semanas, sua teoria foi citada por ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) no julgamento do mensalão. Foi um dos fundamentos usados por Joaquim Barbosa na condenação do ex-ministro José Dirceu.
"Quem ocupa posição de comando tem que ter, de fato, emitido a ordem. E isso deve ser provado", diz Roxin. Ele esteve no Rio há duas semanas participando de seminário sobre direito penal.
Folha - O que o levou ao estudo da teoria do domínio do fato?
Claus Roxin - O que me perturbava eram os crimes do nacional socialismo. Achava que quem ocupa posição dentro de um chamado aparato organizado de poder e dá o comando para que se execute um delito, tem de responder como autor e não só como partícipe, como queria a doutrina da época.
Na época, a jurisprudência alemã ignorou minha teoria. Mas conseguimos alguns êxitos. Na Argentina, o processo contra a junta militar de Videla [Jorge Rafael Videla, presidente da Junta Militar que governou o país de 1976 a 1981] aplicou a teoria, considerando culpados os comandantes da junta pelo desaparecimento de pessoas. Está no estatuto do Tribunal Penal Internacional e no equivalente ao STJ alemão, que a adotou para julgar crimes na Alemanha Oriental. A Corte Suprema do Peru também usou a teoria para julgar Fujimori [presidente entre 1990 e 2000].
É possível usar a teoria para fundamentar a condenação de um acusado supondo sua participação apenas pelo fato de sua posição hierárquica?
Não, em absoluto. A pessoa que ocupa a posição no topo de uma organização tem também que ter comandado esse fato, emitido uma ordem. Isso seria um mau uso.
O dever de conhecer os atos de um subordinado não implica em co-responsabilidade?
A posição hierárquica não fundamenta, sob nenhuma circunstância, o domínio do fato. O mero ter que saber não basta. Essa construção ["dever de saber"] é do direito anglo-saxão e não a considero correta. No caso do Fujimori, por exemplo, foi importante ter provas de que ele controlou os sequestros e homicídios realizados.
A opinião pública pede punições severas no mensalão. A pressão da opinião pública pode influenciar o juiz?
Na Alemanha temos o mesmo problema. É interessante saber que aqui também há o clamor por condenações severas, mesmo sem provas suficientes. O problema é que isso não corresponde ao direito. O juiz não tem que ficar ao lado da opinião pública.
O PT conquistou sete das 10 cidades com maior eleitorado da região metropolitana de São Paulo e aumentou seu domínio na mesma região em comparação à última eleição, quando elegeu seis prefeitos nesses municípios.
Com a vitória do petista Fernando Haddad em São Paulo, e de Carlos Grana em Santo André, o partido conquista duas prefeituras que estavam sob domínio de outras legendas, o PSD, em São Paulo e o PTB, em Santo André e passa a comandar agora a maior cidade do Brasil e uma das maiores do Estado.
Em outras cinco cidades sobre seu domínio, o partido conseguiu manter-se no governo. Em Guarulhos, segundo maior colégio eleitoral do Estado, Sebastião Almeida se reelegeu com 60% dos votos, e derrotou, no segundo turno, Carlos Roberto (PSDB).
Em São Bernardo do Campo, casa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e terceiro maior colégio eleitoral do Estado, Luiz Marinho se reelegeu logo no primeiro turno. Ligado a Lula, o petista é um dos cotados a disputar o governo de São Paulo, em 2014 e fortalece seu nome com o desempenho desta eleição.
Em Osasco, após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) manter a cassação da candidatura de Celso Giglio (PSDB), que foi o mais votado no primeiro turno, o petista Jorge Lapas, venceu a eleição e mantém a cidade sob o comando da legenda, assumindo o posto no lugar de Emídio de Souza (PT).
Em Mauá, Donisete Braga assume o executivo da cidade no lugar de Oswaldo Dias (PT), que venceu a eleição de 2008 e reassumiu o comando do PT na cidade. Em Carapicuíba, Sergio Ribeiro (PT) conseguiu sua reeleição já no primeiro turno, com 67,68% dos votos, e também mantém a cidade sob o controle petista.
Além dessas sete cidades, o PT também passará a administrar outros dois municípios da Grande São Paulo, região que abrange um total de 39 cidades. O partido também controlará, a partir de janeiro de 2013, as cidades de Embu, com Chico Brito, e Franco da Rocha, com Kiko.
1945 Nasce em 27 de outubro Luiz Inácio da Silva, em Vargem Comprida, localidade de Caetés, no interior de Pernambuco - na época um distrito do município de Garanhuns. O bebê é o sétimo filho de Aristides Inácio da Silva e Eurídice Ferreira de Melo, a "dona Lindu". É registrado, porém, sete anos mais tarde e com data de nascimento diferente: 6 de outubro. Apesar da certidão, Lula comemorava o seu aniversário no dia 27.
1952 A mãe de Lula e os filhos se mudam para o litoral de São Paulo, para onde o marido já havia se transferido a fim de tentar a vida como estivador no porto de Santos. Aos 7 anos, Lula se alfabetiza no Grupo Escolar Marcílio Dias e vende laranjas no cais.
1956 Se muda para a capital paulista, com a mãe e os irmãos. O pai fica no litoral, após formar uma segunda família com uma prima de dona Lindu.
1957 Começa a trabalhar em uma tinturaria de São Paulo, aos 12 anos. Atua também como engraxate e auxiliar de escritório.
1959 Tem a carteira assinada pela primeira vez, aos 14 anos. É transferido para a Fábrica de Parafusos Marte e começa o curso técnico de torneiro-mecânico do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).
1963 Forma-se no Senai e é admitido em uma metalúrgica, onde tem o dedo mínimo da mão esquerda esmagado por uma prensa hidráulica. Recebe uma indenização e compra um terreno para a mãe. Troca de emprego, mas é demitido por se negar a trabalhar aos sábados.
1968 Filia-se ao Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, por influência do irmão José Ferreira de Melo, o Frei Chico.
1969 Casa-se com a operária mineira Maria de Lourdes da Silva. Dois anos depois, ela engravida, mas contrai hepatite no oitavo mês de gestação. Mãe e bebê morrem durante uma cesariana.
1974 Nasce Lurian, sua primeira filha. A mãe é a enfermeira Miriam Cordeiro, namorada de Lula na época. No mesmo ano, casa-se com a então viúva Marisa Letícia da Silva e adota Marcos Cláudio, fruto do casamento anterior da mulher. O novo casal teria três filhos: Fábio Luís, Sandro Luís e Luís Cláudio.
1975 É eleito presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, com 92% dos votos.
1978 É reeleito para a presidência do sindicato, desta vez com 98% dos votos, após liderar um movimento de reivindicação salarial que se transformou em greve.
1980 Junta-se a sindicalistas, intelectuais, católicos militantes da Teologia da Libertação e artistas para fundar, em 10 de fevereiro, o Partido dos Trabalhadores (PT). Mais tarde, o sindicato sofre intervenção devido a uma greve, e Lula fica detido nas instalações do Departamento de Ordem Política e Social (Dops) paulista por 31 dias. No mesmo ano, inclui Lula em seu nome, uma vez que a legislação da época não permitia o uso de apelidos em campanhas.
1981 É condenado pela Justiça Militar a três anos e meio de prisão por incitação à desordem coletiva. Recorre e é absolvido no ano seguinte.
1982 Tenta pela primeira vez, sem sucesso, um cargo eletivo: governador de São Paulo. A eleição é vencida por Franco Montoro, do PMDB.
1984 Ao lado Ulysses Guimarães, reforça a campanha das Diretas Já.
1986 É eleito deputado federal com a maior votação do País para a Assembleia Nacional Constituinte.
1989 Candidata-se na primeira eleição direta para presidente depois do golpe militar de 1964. Perde no segundo turno paraFernando Collor de Melo, do PRN.
1994 Tenta pela segunda vez a Presidência da República, mas perde ainda no primeiro turno para Fernando Henrique Cardoso, do PSDB.
1998 Perde a terceira eleição para presidente. No pleito, FHC foi reeleito no primeiro turno.
2002 Vence a eleição presidencial ao derrotar o tucano José Serra, candidato da situação. O segundo turno coincidiu com o aniversário de Lula: 27 de outubro. Ao ser diplomado, em dezembro, disse: "E eu, que durante tantas vezes fui acusado de não ter um diploma superior, ganho o meu primeiro diploma, o diploma de presidente da República do meu país."
2003 No dia 1º de janeiro, toma posse o primeiro operário a alcançar a presidência da República.
2006 É reeleito no segundo turno, ao derrotar o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, do PSDB.
2010 Elege sua sucessora e primeira mulher presidente do Brasil: a então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, que tentava pela primeira vez um cargo eletivo. Chamado de "o cara" pelo presidente americano Barack Obama, encerra o segundo mandato com aprovação pessoal recorde de 87%.
Vanessa pediu 5 (cinco) obras, mas bastaria ter pedido uma apenas e o tucano não responderia.
OBS: Arthur Virgílio é um dos caciques do PSDB, já representou os tucanos em encontro com Bush e assim como ACM Neto também prometeu surrar o Ex-Presidente Lula.
BRASÍLIA – Fernando Haddad protagonizou uma das mais espetaculares recuperações numa campanha para prefeito de São Paulo e deve dar ao PT, dizem as pesquisas, o comando da maior cidade do país.
A eleição paulistana é um passo relevante no projeto de hegemonia política do PT. Nenhum partido cresce de maneira orgânica e consistente como o PT a cada disputa municipal. A sigla sempre se sai melhor.
PMDB, PSDB, DEM (o antigo PFL) e outros já tiveram dias de glória, mas acumulam também vários revezes. O PT, não. Só cresce.
Embora já tenha vencido em São Paulo duas vezes (em 1988, com Luiza Erundina, e em 2000, com Marta Suplicy), agora com Fernando Haddad é uma espécie de PT 3.0 que pode chegar ao poder.
Não há outro partido da safra pós-ditadura militar que tenha conseguido fazer essa transição de gerações. O poderio sólido e real que o PT constrói encontra rival de verdade apenas na velha Aliança Renovadora Nacional (Arena), a agremiação criada pelos generais para comandar o Brasil -com a enorme diferença de hoje o país viver em plena democracia.
Alguns dirão que o PMDB mandou muito no final dos anos 80. Mais ou menos. Tratava-se de um aglomerado de políticos filiados a uma mesma sigla. Não havia orientação central.
O PSDB ganhou em 1994 o Planalto e os governos de São Paulo, Rio e Minas Gerais. Muito poder. Só que os tucanos nunca tiveram um “centralismo democrático” (sic) “à la PT”.
No dia 28 de outubro, há indícios de que o PT novamente sairá das urnas como o grande vencedor nas cidades com mais de 200 mil eleitores, podendo levar pela terceira vez a joia da coroa, São Paulo.
Ao votar dessa forma, o eleitor protagoniza duas atitudes -e não faço aqui juízo de valor, só constato. Elege seu prefeito e entrega à sigla de Lula um grande voto de confiança para fazer do PT cada vez mais um partido hegemônico no país.
As ratazanas já começaram a abandonar a embarcação tucana.