Os exércitos de Irã, Rússia, China e Síria se reúnem nas próximas semanas para o maior exercício militar conjunto já realizado no Oriente Médio
Baby Siqueira Abrão*
Correspondente no Oriente Médio
E lá vamos nós, mostrar pros xerifes do mundo que ainda podemos chamar o ladrão...
As investidas de Estados Unidos, Israel e OTAN contra a Síria e o Irã parecem ter esgotado a paciência das potências mundiais que estão do “outro lado” no espectro político mundial.
Porta-aviões e lança-mísseis Almirante Kusnetzov |
Depois de resistir ao assédio de estadunidenses e israelenses, que defendem ações militares na Síria e no Irã – mais ou menos nos moldes daquelas que a OTAN fez para destruir a Líbia e que ainda custa a vida de milhares de civis – Rússia e China decidiram dar demonstrações de força. E para isso nada melhor do que unir-se a dois dos países que, no Oriente Médio, não se colocam sob as ordens dos Estados Unidos – e que são penalizados por isso, com sanções ao Irã e desestabilização política, social e econômica na Síria, palco de massacres que comovem e revoltam o mundo.
Destróier anti-submarino e lança-mísseis russo Sovremenny |
Se as potências ocidentais tomarem a Síria e o Irã, China e Rússia sabem que serão os próximos alvos. Ao menos é esse o roteiro traçado pelos serviços secretos de EUA e Israel muito antes da chamada Guerra ao Terror, cujo lançamento oficial aconteceu dias depois da queda das torres gêmeas e da torre 7 do World Trade Center, em 11 de setembro de 2001. E ao menos é essa a informação repassada por ex-funcionários graduados da CIA e analistas políticos com acesso a fontes importantes dentro das agências de inteligência do Ocidente.
Porta-aviões passando pelo Canal de Suez |
Os exercícios militares (wargames) dos quatro países orientais acontecerão na costa e em território sírio. Serão 90 mil soldados entre pessoal de mar, ar e terra, além de unidades de defesa aérea e de lançamento de mísseis, de acordo com a agência iraniana de notícias FarsNews.
O Egito dará apoio estratégico permitindo a passagem de 12 navios de guerra chineses pelo Canal de Suez, que devem aportar na Síria em duas semanas.
Na mesma data chegarão ao país árabe navios de guerra, submarinos atômicos e destroyers russos, além de navios e submarinos iranianos.
Um número estimado em mil tanques e 400 aviões também participará dos exercícios.
Se eles fizerem o governo israelense tremer, já estará de bom tamanho. Quem sabe assim o primeiro ministro Benjamin Netanyhau, seu gabinete e os parlamentares de direita parem de insistir no ataque ao Irã e resolvam deter também a atual investida contra os palestinos. Afinal, tanto eles como Barack Obama e a direita estadunidense saberão que não reinam sozinhos no planeta Terra.
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