domingo, 10 de junho de 2012

Querem intrigar Marta com Haddad. Conseguirão?

Por: Helena Sthephanowitz

A intriga do momento no processo pré-eleitoral paulistano é a tão falada ausência da senadora Marta Suplicy (PT-SP) no encontro petista que lançou a campanha Fernando Haddad (PS-SP) como pré-candidato a prefeito. Mas há uma leitura simplista feita na velha imprensa de toda essa história, que é derrubada pela boa análise política do processo, desde escolha do candidato até o papel da senadora na campanha municipal.
São Paulo, por haver uma hegemonia do PSDB nos últimos anos, no governo do estado e no da capital, quem está na oposição, como é o caso do PT, precisa de estratégias políticas diferentes das tradicionais. O quadro se agrava quando a metrópole é, talvez, a que sofre maior influência da imprensa nas eleições. A cidade é sede dos jornais Folha de São Paulo e Estadão, além da revista Veja, todos com simpatia pelo tucanato. O mesmo ocorre com a sucursal da TV Globo. É também a cidade sede da Febraban (Federação dos Bancos) e da Fiesp (Federação das Indústrias), e onde a Associação Comercial, controlada há anos por pessoas ligadas ao DEM/PSD, tem uma atuação política marcante.
É a eleição onde o poder econômico tem maior peso. E é onde tucanos, junto ao DEM/PSD, controlam a máquina da prefeitura desde 2005, e o governo do estado desde 1995. Neste quadro, tem restado ao PT a posição de segunda força nas últimas eleições. Diante disso, é sensato o PT ter buscado para candidato quem tenha o perfil mais adequado para enfrentar esse quadro complexo.
Do ponto de vista interno ao petismo, não haveria divergências programáticas entre os postulantes a candidatos. Qualquer nome que fosse escolhido teria as mesmas bandeiras para carregar e os mesmos compromissos a apresentar à população. Para o público interno petista, não faria diferença se a candidata fosse Marta ou se é Haddad, salvo preferências de correntes políticas ou pessoais. A questão é o eleitorado externo, fora do PT.
Desde 2004, os conservadores paulistanos, a velha imprensa dominante e a máquina de campanha tucana desenvolveram uma tecnologia de desconstruir a imagem de Marta para boa parte do eleitorado, o que a levou a terminar eleições em segundo lugar em três eleições, apesar de sempre ter votações expressivas: em 2004 e 2008 para prefeita, e mesmo em 2010 para o Senado (a bem azeitada máquina partidária tucana conseguiu a façanha de levar Aloysio Nunes ao primeiro lugar na capital).
Com esse quadro, um nome que represente novidade para o eleitorado, como o de Haddad, pode ser o fator surpresa que desarranja toda a estratégia de campanha tucana. Contra Haddad, os tucanos ainda não encontraram um discurso que funcione.
Junte-se a isso a escolha dos tucanos pelo candidato José Serra, o mais desgastado dos candidatos, com rejeição alta, e uma carreira política cercada de episódios desabonadores abafados por uma imprensa dócil e que, graças à internet, estão vindo ao conhecimento do grande público.
O contraste entre a novidade Haddad e a repetição do candidato Serra, pode ser o que faltava para despertar no paulistano o entusiasmo com a experiência de alternar o poder. São Paulo continua com os mesmos problemas das ultimas eleições, sem que as administrações tucanas e do DEM tenham dado respostas satisfatórias, apesar das promessas se repetirem em todas as eleições.
Outro contraste evidente é o entusiasmo e idealismo do candidato Haddad com o desafio de governar a maior metrópole do Brasil, diferente de José Serra, que há pouco tempo dizia que já fora prefeito e governador, por isso não tinha motivação para ser novamente. Dizia que seu interesse era nacional, em persistir na tentativa de chegar à presidência da República em 2014. Voltou atrás por conjuntura, e não por idealismo, nem desejo de ser prefeito, pelo contrário, parece mais tratar a prefeitura como um sacrifício a ser enfrentado para buscar mais adiante a almejada presidência.
Por ter esse perfil é que se compreende a escolha política do PT pelo nome de Haddad, ao contrário do que dizem sobre mera escolha pessoal do ex-presidente Lula. É difícil acreditar em "dedaço", sem que tenha havido avaliação política interna entre as lideranças petistas,  trançando cenários sobre as chances de êxito de cada postulante a candidato, e a decisão tenha sido sobre quem avaliaram ter melhores chances.
Sobre a senadora Marta Suplicy, como uma das maiores lideranças paulistas do PT, é compreensível que tenha algumas arestas a serem aparadas dentro de seu partido, que busque mais espaço político por ter renunciado à disputa; mas não tem a menor lógica imaginar que ela se omitirá da campanha municipal nos momentos decisivos;
Isso porque existe uma bancada de vereadores ligada a ela, cujo apoio da senadora será de grande valia para se eleger, e ela não negará esse apoio, até para manter sua liderança política e suas bases para as próximas eleições;
E se Haddad vencer na capital, Marta também ganha, pois as resistências de parte dos paulistanos ao petismo terá sido vencida, o que abre horizontes mais amplos para todas as lideranças do PT paulista nas próximas eleições.
Por isso ou é intriga ou é simplismo as análises na imprensa sobre rachas ou dissidências no PT paulistano.

8 comentários:

  1. Tem razão querem intrigar a Marta com Haddad. O Lula no programa do ratinho afirmou nas entre linhas que a marta era velha para a política e que o Haddad era melhor. Eis um modo aloprado de unir forçãs.

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  2. Oficializei apoio ao PT em encontro com Lula e Haddad

    A participação do PP em chapa agrega mais de 1m30s de propaganda.
    Na semana passada, chapa teve a confirmação de Erundina como vice.
    Realizei encontro nesta segunda-feira (18) para oficializar a adesão do Partido Progressista (PP) à chapa do pré-candidato Fernando Haddad (PT). Tanto o candidato petista quanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participaram do encontro, que começou por volta das 13h e durou cerca de 30 minutos.

    O evento foi realizado na minha residência, no Jardim Europa, região nobre da capital paulista. Lula saiu sem dar entrevista."O presidente Lula, apesar de recomendações médicas de não falar, de não atender a nenhum evento - não foi inclusive ao evento do PSB, por recomendações médicas...

    Quero agradecer a presença dele na minha casa.

    A parceria estratégica do PP com o PT se deve à participação de meu partido no Ministério das Cidades, desde 2004. Isso inclua participação do PP em um eventual governo Haddad. Estarei à disposição para colaborar na campanha. No palanque eletrônico, se ele me convidar, estarei aqui.

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  3. Paulo Salim Maluf - PP/PTterça-feira, 19 junho, 2012

    Acho que intriguei Marta com Haddad. Consegui?
    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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  4. Abração Lilika e companheirada petista do meu coração!

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  5. Fernando Collor de Melo Regosexta-feira, 22 junho, 2012

    MINHA GENTE!!! Eu confio nessa companheirada aguerrida que agora tem no seu bojo um verdadeiro aliado das causas populares. Nunca dantes neste país, alguém viu um governo audacioso, sagás, intrépido, como o governo petista. Companheiros, é mister sofrer para entender que na dor podemos aprender!!! Que venha a infração, a corrupção e a impunidade. Com elas poderemos tornar este país um verdadeiro paraíso para nossos filhos, netos e apaniguados. Avante Brasil!

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  6. Bravo Fernandinho! Parabéns ao Pt e ao Paulinho Maluf. Águas passadas não movem moinho. Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura. Achado não é roubado.

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  7. Brasileiros e Brasileiras!!! O Brasil está encontrando o caminho para sair do analfabetismo e da miséria. Na próxima vez que o cumpanheiro Lula for a casa do companheiro Maluf, me chame que eu quero ser testemunha dessa grande união para o bem da nação. O Maranhão é meu e o que é teu é meu. Lula + Maluf = com essa dupla não tem muro ou xadrez que segure!!!!

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  8. A Martha tem muito mais jogo de cintura do que a Erundina...rss

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